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quarta-feira, 1 de abril de 2015
ÁGUA E SAÚDE.
ÁGUA E SAÚDE - Dr. Ícaro Alves Alcântara
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Água e Saúde - Dr. Ícaro Alves Alcântara
Dr. Ícaro Alves Alcântara - Médico docente da disciplina SEMIOLOGIA do UNICEUB -
Centro Universitário de Brasília.
Há cerca de um ano atendi, no HFA uma senhorita dos seus "quase" 30 anos com uma
enxaqueca bastante comum: Cefaléia (Dor de cabeça).
A paciente relatava que já havia passado por Otorrinos, Oftalmo, Neuro, Clínico e até
endocrinologista, com as prescrições dos mais diversos tratamentos e a presunção de várias
hipóteses diagnosticas, sem qualquer melhora, entretanto. Durante sua consulta, entre várias
perguntas habituais, questionei o quanto de água ela bebia por dia e de que forma (ou seja,
com qual periodicidade).
A mesma me afirmou que bebia pouquíssima água, porque não sentia sede,
principalmente à noite.
Após várias outras perguntas, suspendi todos os medicamentos e disse-lhe que ela
precisava apenas tomar água adequadamente, um tanto quanto descrente, ela voltou p/ casa.
Após apenas uma semana, retornou referindo que não sentia mais dor de cabeça, que seu
intestino funcionava melhor e que sua disposição havia melhorado. Milagre? Não. Bom senso.
Mudanças ou adequação de hábitos em nossas vidas. Todos nós sabemos o quanto é
importante uma ingestão adequada de água diariamente, mas quase sempre negligenciamos.
Todos os organismos vivos apresentam de 50 a 90% de água em si. O próprio corpo humano
é constituído em 70% por água que, em constante movimento, hidrata, lubrifica, aquece,
transporta nutrientes, elimina toxinas e repõe energia, entre inúmeras outras utilidades.
Preconiza-se um número de 1 copo de 200ml de água por hora em que se estiver acordado.
Assim sendo, a ingestão de água deve ser independente da sede, constante e rigorosa.
E não adianta deixar para tomar os 2 a 3 litros necessários diariamente de uma só vez.
Estudos mostram que o estômago capacita apenas 12 ml/kg/hora, ou seja, um adulto não
conseguirá tomar mais de um litro de uma só vez sem "passar mal".
Se você ainda não se convenceu, observe: desvirtualização dos cabelos, descamação
do couro cabeludo, distúrbios de concentração, sono e memória, com perda da disposição
para realização das atividades diárias, em virtude da circulação cerebral por baixa quantidade
de água que faz o sangue ficar mais "viscoso" e "grosso", de circulação mais lenta,
ressecamento dos olhos e tecidos das vias aéreas que com baixa umidade, sofrem lesões
com mais facilidade por ficarem mais frágeis, assim tornando-se mais propensos a
inflamações e infecções (conjuntivites, sinusites, bronquites, pneumonias), lesões da pele com
aparecimento de cravos e espinhas pelas eliminações inadequadas das toxinas via pele e seu
acúmulo local, queda e enfraquecimento dos pêlos, baixa produção de saliva, distúrbio no
aproveitamento adequado de vitaminas e sais minerais, com excesso em alguns lugares e
falta em outros, levando a cãibras, dormências, perdas de força muscular e problemas ósseos
dentais, respiração dificultada, por vezes levando à falta de ar, sobretudo nos exercícios
físicos, constipação e por vezes, sangramento retal (devido a fezes ressecadas, endurecidas
que lesam o tecido intestinal ao moverem-se em seu interior), impotência ou disfunções
eréteis ou, no caso das mulheres, sangramentos vaginais.
É certo que há água nos alimentos, mesmo os sólidos, mas a complementação da
ingestão diária de água deve ser feita, periodicamente, conforme já disposto.
Uma forma de observar se a quantidade de água é adequada, é observar a cor da urina, que
deve ser incolor, quanto mais forte, pouca ingestão de água está sendo feita.
Vale lembrar que é sempre bom evitar bebidas alcoólicas, ou não alcoólicas, que
apesar de serem diuréticas evitam que se beba a água. Evite também, a ingestão de água
pelo menos meia hora antes do almoço, para não prejudicar a digestão.
Uma curiosidade: Há trabalhos científicos evidenciando que muitos tratamentos com
medicações orais, sobretudo anticoncepcionais, terapia de reposição hormonal e antihipertensiva
não alcançam o devido sucesso em virtude da baixa ingestão de água por parte
do paciente; isto se deveria tanto à má circulação da substância pelo corpo quanto à má
absorção da mesma no intestino, processo este dependente da água como veículo de
transporte para a substância.
Revista UNICEUB - Ano IV - Abril 2003 - Nº 8
www.iadi.com.br/água_e_saúde.htm.
*Ao escolhermos nossos caminhos, mudamos nosso destino, nossas escolhas fazem toda diferença - Água é Saúde.
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